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O excesso da medicina baseada em evidências: formação de médicos ou produção de robôs?



A medicina baseada em evidências consiste em provar a eficácia de um medicamento através de estudos que demonstram sua redução de mortalidade sobre determinada doença em relação ao placebo (medicação sem efeito farmacológico).

Ninguém duvida de que esses estudos são extremamente importantes e que contribuem sobremaneira para melhorar o prognóstico do paciente, sobretudo no sentido de aumentar sua expectativa de vida.

Porém, nas últimas duas décadas, uma "enxurrada" de artigos científicos publicados invadiu o meio acadêmico, de tal forma que o médico atual se preocupa mais com os estudos do que com os próprios pacientes, deixando de lado, muitas vezes, aquilo que aprendeu na faculdade sobre propedêutica, fisiologia, farmacologia, ética, entre outras matérias, além de casos experenciados ao longo da carreira, jamais vistos em livros, os quais formaram a sua intuição como médico.

Quando o médico moderno toma sua conduta baseada preferencialmente em estudos, ele trata a doença ao invés do paciente, que tem histórico familiar, genética, etnia, estilo de vida, pensamentos, emoções, educação e cultura, na maioria das vezes, diferentes daqueles grupos que foram analisados.

Além disso, esses estudos relevam a redução da mortalidade e dão mera importância à melhora dos sintomas, ou seja, eles se preocupam menos com a qualidade de vida.

Este método da medicina ocidental segue o pensamento de René Descartes, filósofo e matemático francês do século XVII: "Só se pode dizer que existe, aquilo que possa ser provado."

Entretanto, o ser humano é complexo demais para se encaixar em qualquer modelo sistemático, inclusive no Cartesiano. Na verdade, todo médico sabe que a medicina não é uma ciência exata, mas considerada a ciência das verdades transitórias, uma vez que muitas das verdades e condutas adotadas no passado revelaram-se com o tempo em inverdades. Em muitos casos, o ser humano a ser tratado não se encontra em nenhum livro, por isso, individualizar cada caso acaba sendo a conduta mais assertiva.

O cenário pandêmico atual evidencia que a medicina baseada em evidências está longe de atender à real demanda da população. Foram estabelecidos protocolos a partir do conhecimento prévio em fisiopatologia e farmacologia com medicações as quais não foram aprovadas, pois não reduziram a mortalidade nesses estudos científicos, a despeito dos resultados práticos evidenciarem exatamente o oposto.

Portanto, antes de aplicar qualquer estudo ao paciente, cabe ao médico averiguar outros fatores intrínsecos além da doença, afim de que se obtenha real benefício, não referente apenas à expectativa de vida, mas também à sua qualidade.

Em breve, com a chegada da quarta revolução industrial, os doutores da razão repletos de estudos que mantiverem suas condutas padronizadas, enxergando o ser humano do ponto de vista matemático serão facilmente substituídos por robôs.

Via: ISN Portal
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